O cantor é investigado pela realização de um show no sábado (13), apesar das proibições devido à pandemia.
A polícia também apura a invasão ao colégio onde foi realizada a apresentação, sem a autorização da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo investigadores, as salas de aula do Ciep 326 – Professor César Pernetta foram utilizadas como camarotes.
Segundo a polícia, ele e os outros três alvos vão responder por:
- infração de medida sanitária,
- crime de epidemia;
- invasão de prédio público;
- e associação criminosa – o show, segundo a polícia, foi organizado em comum acordo com o tráfico de drogas.
Procurado pelo G1, a assessoria do cantor não retornou as ligações.
Operação ‘É o que eu mereço’
A operação se chama “É o que eu mereço”, em referência a uma das músicas do cantor, que chegou à delegacia no Rio por volta das 15h30 desta quarta.
Na chegada, ele afirmou que precisa “saber o que está acontecendo enquanto achar que cantar e fazer musica é crime”.
Mulher de Belo, a modelo Gracyanne Barbosa, que visitou Belo na Cidade da Polícia nesta quarta, postou um texto no Instagram. Ela argumentou que o marido “chega pela porta de trás nos locais de shows, vai direto ao camarim e entra no palco” e que “só em cima dele tem o contato e a noção do público”.
Após ter aberto inquérito para apurar as circunstâncias do show de Belo na Maré, a DCOD cumpriu nesta quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão.
Uma das buscas foi na sede da produtora Série Gold, organizadora do evento, onde foram apreendidos equipamentos, a aparelhagem de som, documentos e veículos. Na casa de Belo, foram apreendidos dinheiro e duas pistolas.
Os quatro mandados de prisão preventiva foram contra:
- Marcelo Pires Vieira, o Belo, cantor – preso em Angra dos Reis, na Costa Verde;
- Célio Caetano, sócio da produtora – preso em Macaé;
- Henriques Marques, o Rick, também sócio da produtora – preso no Rio;
- e Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, chefe do tráfico no Parque União – não havia sido detido até a última atualização desta reportagem.
Outras prisões de Belo
Belo já foi preso em outras duas ocasiões. O músico foi condenado no dia 30 de dezembro de 2002 a seis anos de prisão, acusado de associação para o tráfico depois de, segundo a polícia, negociar drogas e armas pelo telefone com um traficante. Na ocasião, ficou preso por cerca de um mês e conseguiu, após entrar com um recurso, o direito de responder em liberdade.
O Ministério Público recorreu da decisão e a 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio aumentou a pena do cantor para oito anos. Belo foi preso novamente em novembro de 2004. Ele estava escondido dentro de casa, na Zona Oeste do Rio. Desta vez, passou três anos e oito meses na cadeia.